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09/09/2009

Porque hoje tem jogo

Eu devo ser mesmo louca!

Tenho evitado falar sobre religião (olha aqui, aqui, aqui, aqui e aqui e me diz se isso é evitar) por aqui justamente pra não gerar muita polêmica.
Então eu não devo estar fazendo uso das minhas faculdades mentais ao decidir mexer no vespeiro do futebol.

O negócio é o seguinte, vou dizer rápido, num fôlego só, pra ver ser o pessoal me xinga menos.

JáfaztempoquetorçoproBrasilficardeforadaCopa.

É isso mesmo.
Mesmo tendo certeza que boa parte dos leitores já tá tão roxa de raiva de mim que os olhos embaçados pela ira não lêem mais nenhuma palavra e, quando o fazem, o cérebro, tomado por um misto de ódio e desprezo, não processa mais nenhuma informação... eu vou tentar explicar.

Eu acho essa história de que o Brasil é o país do futebol uma palhaçada que só serve pra atrasar a vida da gente.
Assim como a religião, durante um determinado momento foi necessário alimentar esse tipo de crença como meio de elevar a auto estima de um povo que há muito vinha sofrendo todo tipo de reveses.
Mas, gente, isso já passou.
Evoluimos.
Já descobrimos que o trovão não é um Deus e que dá pra ser alguém mesmo sem saber chutar uma bola.
Somos reconhecidamente bons em diversar áreas.
Temos avançado na medicina, na tecnologia, nas artes, na moda e, mesmo no esporte, a gente já canta em vários rítmos.

Então, por isso que eu acho um desperdício concentrar tanta energia num único esporte que, ainda por cima, apresenta incontáveis exemplos de falta de concentração e dedicação coroados com sucesso.
Por um lado tem neguinho que não quer treinar, não quer se exercitar, não quer ter disciplina e... basta chutar a bola pro gol pra ser considerado herói.
Por outro lado tem neguinho que faz tudo isso ( se dedica, se concentra, treina e é disciplinado) e tem a cara de pau de fazer o povo acreditar que chegou lá porque casou virgem, em obediência a Deus.

Eu já gostei muito de futebol.
Da seleção, então...
Era só uma pirralha quando me tranquei no quarto e chorei té me acabar porque o Maradona fez um gol e mandou o Brasil pra casa em uma Copa do Mundo lá que eu nem me lembro mais qual foi.
(Não lembro só porque a minha memória anda fraca, mas não faz muito tempo não)
Ri até não poder mais e jurei amor eterno ao Baggio quando ele jutou um pênalti pra fora e nos deu um título mundial.
Roi as unhas, vibrei, comi muita pipoca e desenterrei muito palavrão pra oferecer pro juíz e toda a sua família durante partidas de futebol.

Mas nada disso ofusca a curiosidade que eu sinto por conhecer qual será a reação de um país que fecha o comércio e dispensa os funcionários públicos mais cedo em dia de jogo de Copa do Mundo ao ficar de fora de tal espetáculo.

Eu posso estar enganada, mas acho que teremos que compensar em outras áreas.

17 pensamentos:

Laura Peruchi Mezari disse...

Oi Maitê! Pois é, o Brasil é o país do futebol e esse rótulo vai nos acompanhar pra sempre, eu acredito. Mas, concordo com você, o Brasil é o país do vôlei, do tênis, da natação... tem tantos atletas destaque por aí não é mesmo? Tomara que um dia possamos ser conhecidos por esses outros talentos também. O fato é que mais que esporte, vejo que o futebol também virou... negócio.

[Mas, eu, particularmente, quero ver o Brasil na Copa =)]

Beijos1

Imediata disse...

Engraçado você ter dito isto. Neste findi uma amiga confessou que tinha vontade de ver o Brasil não participar da Copa pelo menos uma vez. Sei lá, só pra ver o que rola, já que, em Copa, vivemos um grande Carnaval (acho isso um saco, sorry). Não sei, ainda prefiro me trancar em casa durante os jogos, mas que sejam estes com nossa seleção canarinho (argh, odeio demonstrações de patriotismo baseadas no futebol, haha). Agora, que seria curioso, ah, seria.
Ah, e eu sou completamente viciada em ANTM. E a Whitney é linda, fala sério. Pra mim, uó é o cast da versão tupiniquim do programa, com Patolino e Fernanda Mota (?). Ainda assim, não perco - estreia em breve, by the way.
Acho que falei demais. Beijo!

PauLinha disse...

Passando pra te avisar que no meu blog tem um selinho pra vc, espero que goste, pois escolhi com carinho!

Entao passe em meu blog, pegue o seu com as regras, assim que pegar me deixe um comentario pra mim saber q vc ja pagou...

Beijos

http://euvoustar.blogspot.com

Helena Machado disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Helena Machado disse...

Hahah. Verdade. A bagaça teve início no militarismo mesmo, investiram pesado na transmissão da Copa pra desviar nossos (de quem era nascido, digo) àquela época. Gosto da Rita Lee cantando "a gente explode se for campeão, depois se fode na eleição... a gente perde a copa e aprende a eleger quem é honesto e competente". Fui sugerir esse tema para um trabalho na semana passada, disseram "ah, essa ligação não tem a ver... copa e eleição". Esses vão morrer vibrando gols e reclamando do governo, pior: sem saber por quê. Lendo teu post, vi que não estou tão fora da casinha assim.
Mas concordo que somos o país do futebol mesmo. A Cesar, o que é de Cesar.
Obs.: o jogador que casou virgem não é neguinho... kkkkk.
Beijoo!

Maite Lemos disse...

Oi meninas,
Por enquanto nenhum marmanjo se manifestou, por isso não tem xingamento :P
Laura, que bom que virou negócio. Menos mal, eu acho. Pelo menos as coisas começam a ser levadas um pouco mais a sério. Pena que a torcida ainda não entendeu que isso é SÓ mais um negócio.
Cíntia, que bom que voltaste. Tava sentindo a tua falta.
Brigadeiro, obrigada pelo selinho. Daqui a pouco eu pego.
E Helena, fico feliz por encontrar pessoas inteligentes que compartilham o meu sentimento de revolta com o circo do futebol. Só, lamento de informar, o fato de eu pensar da mesma forma, talvez não queira dizer que "não estais tão fora da casinha".
Talvez sejamos duas!

Bjnhos

Guto Geraldes disse...

Pois bem Maitê, vamos lá...como diria um célebre desconhecido em uma também desconhecida emissora de tv:DESCONCORDO! Pra começar eu queria dizer que quando você chorou pela Argentina ter mandado o Brasil na copa de 1990 o gol não foi de Maradona, mas sim do Caniggia. Mas vamos ao que interessa, lembrar de derrotas não é muito do feitio de um apaixonado por futebol como eu. A identidade nacional construída a partir de um esporte não é, em hipótese alguma, desconstrutora de uma sociedade unitária em prol do bem comum. Nos Estados Unidos, é o basquete; em Cuba, no Japão é Baseboll; na Ásia ocidental as artes maciais, no Canadá (quem diria) é o Cricket (nem sei se é assim que se escreve) ...enfim, o esporte é uma poderosa ferramenta de integração social. As nações, como todos nós sabemos, é uma comunidade imaginária e está, unicamente, no âmbito discursivo. Os motivos que fazem norte-americanos vibrarem com uma bandeira azul, branca e vermelha com mais de cinquenta estrelas é o mesmo motivo que leva milhões de brasileiros aos estádios nos finais de semana. Torcer para a seleção brasileira de futebol é, em um nível intersemiótico, o mesmo ato simbólico que move fanáticos nacionalistas no resto do mundo. Isto é errado? Somos menos nacionalistas por expressar a nossa simbologia nacional em um esporte ao invés de expressá-la no 7 de setembro? A resposta é não! Uma identidade nacional se constrói através dos discursos existentes nesta comunidade imaginária a que chamamos de nação e, queiramos ou não, esta é a identidade nacional brasileira: um chiste. Nós somos uma nação formada por povos que não queriam formar esta nação, nós nascemos do e no erro. O português queria explorar e voltar para a terrinha ricos; os negros sequer queriam ter pisado aqui; Os europeus, vieram famintos da guerra (caso não houvesse a I Grande Guerra e nem o titio Hitler) não teríamos descendentes de europeus aqui (pelo menos não na quantidade que os temos). O futebol talvez seja o circo, mas é muito simplório analisarmos tudo a partir da política romana do Pão e Circo, o homem moderno (ou pós) precisa do circo. Eu preciso do circo, você precisa do circo, ele precisa do circo, nós precisamos do circo e assim nós continuaremos para sempre conjugando este verbo. Depois de supridas as necessidades básicas, não resta nada senão o circo. Vejamos: ir ao shopping, levar nossos filhos ao parque, assistir a um musical, assistir a um filme, ler um bom livro (embora cada uma dessas atividades proporcionem um prazer diferente não são nada além de, simplesmente, circo.). O erro do brasileiro não é gostar de futebol de forma exagerada, mas sim, não ter educação. Grandes fanáticos por futebol já mostraram o seu valor. Chico Buarque, Nelson Rodrigues, Arthur da Távola são apenas alguns dos intelectuais fanáticos por futebol que, inclusive (Chico e o Arthur), quase se profissionalizaram como jogador de futebol. Observemos que o problema não é o futebol. Mas alguns problemas seculares do nosso Brasil. Ao meu ver, o futebol é a principal ferramenta de construção da identidade de uma nação brasileira e isso não é ruim, muito pelo contrário. Por que não somos patriotas em coisas sérias? Simples, porque nós somos um país que não queríamos ter sido, viramos chiste, viramos piadas de nós mesmos composta por nós mesmos. Deu nisso, mas isso é ruim? Há controvérsias! É bom? Há seus contras, of course! E assim a gente vive seguindo. Temos excelentes atletas em diversas outras modalidades esportivas, mas nenhuma delas fala diretamente com o brasileiro como fala o futebol, afinal, antes de serem estrelas do vôlei, do basquete, da natação, do tênis, asseguro-lhe, 80% deles sonharam, na infância, em ser jogador de futebol. E com a infantes não há discussão. O futebol está impregnado em nossas veias como a metafísica. Não nos adianta negá-lo.

Maite Lemos disse...

Ave, Guto!
Huahuahua.
Sem querer diminuir teu sempre muito bem elaborado discurso...
Cai fora, né!
Um cara que... melhor não contar.
Mas alguém que tem as manias que tu tens em relação ao futebol, com todo respeito, não é alguém que deva ser considerado como sério pra falar desse assunto.
Olha, do fundo do meu coração, te admiro pacas!
Muito mesmo.
Considero qualquer opinião tua como de extremo valor.
Menos sobre futebol e índios, né.

bjnho

Guto Geraldes disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Guto Geraldes disse...

FLAMENGO ATÉ MORRER!

Alestrela disse...

Maite, concordo c vc! E concordo um pouco c o outro cara aih q disse q cada pais tem o seu esporte de distracao e seu motivo pa literalmente gritar "para tudoooo" q eh hora de jogo!!!! Mas o Brasil, realmente, eh uma piada! Uma piada que, no fim, a gente ama,e ri, pq eh o q resta fazer...e, no fim, se diverte, vai?
Eu moro fora do pais do pais e sinto saudades qd vejo na internet q "hj eh feriado". haja feriado, hein???? q delicia nao trabalhar, estudar e ainda "enforcar" os diazinhos a toa! rs
A religiao ja foi o opio do povo, continua sendo pra muita gente, mas no Brasil o opio eh o futebol eh o feriado, eh o carnavaaaal... mas eh uma loucura feliz...pelo menos ate a proxima conta do indice de desenvolvimento e crescimento do pais, ne? rsrsrs
bju p vc!

Alestrela disse...

ahhhh, eu kero mais eh que parem tudo no Bahrain pra copa, pq ano q vem, so vai ter brasileiro em td q eh buteco por aki!
e, a proposito, eu acho q tive o mesmo caso de amor com o Baggio na copa de 94! hauhauha
bju bju

Maite Lemos disse...

Alestrela,

Pior ainda quando mistura o futebol com a tal da religião!

bjnho

Claudia Formentin disse...

BEm Maite, sabes que eu não sou tão ligada em futebol como torcedora e que na verdade minha família sempre teve uma relação maior com outros esportes. Mas eu estudei e estudo o fenômeno futebol, até pra entender o que certas pessoas fazem.

Primeiro que o bom moço de quem falasse é praticamente um mito em nossa sociedade e a responsável por isso foi a mídia, sem ela não teria adolescente nenhuma sabendo que ele casou virgem e pai nenhum dizendo que queria um genro assim; "bom moço, respeitador e que ainda gosta de futebol". Eu estudei ele profundamente, digamos assim. Além disso tem sim esse papo que a maior divulgação do futebol veio na copa de 70 e eu fiz uma pesquisa sobre isso e perguntei para algumas pessoas o que acontecia naquele ano em terras tupiniquins. Não foi de espantar que a maioria não lembrou que foi um dos períodos mais duros da ditadura mas sabia com toda a precisão que o Brasil tinha levado o tri no México. Isso é bom? Nadica de nada.É ruim. Por tradição somos um povo que esquecemos rápido o que aparentemente não nos interessa. E isso definitivamente não é bom. Mas quantas pessoas sabem o dia do golpe militar? Quantas sabem o dia da independência e da proclamação da república? E quantas sabem os motivos que levaram a tais golpes? Pois é... E olha que em vários desses períodos nem havia o futebol por aqui.

Mas eu também sou obrigada a concordar que o futebol, junto com a língua é um dos fatores que nos tornam nação e não apenas um país com muita fronteira e um governo único. Porque pelo menos com a seleção nos sentimos parte de um todo. Eu diria que é a mesma sensação das crianças que pediram para a professora para verem a apresentação da Daiane dos Santos na olimpíada e que saíram descepcionadas quando ela não levou ou de um profissional que numa segunda feira de maio de 1994 disse para os colegas desculparem os descuidos que por ventura cometesse: "Pô o Senna morreu".

Todos esses sentimentos comuns em qualquer idade e em intensidades diversas nos tornam uma nação. É claro que isso acontece por uma série de motivos. Nossa educação está como está e tem pai que não sei não... E além disso como já foi dito aqui somos uma nação que não queriamos ser precisou um rei fugir pra cá e um presidente queimar bandeira e proibir qualquer outra língua para começarmos a pensar como nação. E o futebol contribuiu para isso, não tenho dúvida.

E de circos estamos cheios por aqui: futebol, novela, ratinhos e gatinhos, funerais transmitidos ao vivo e por ai vai... Bjão

Claudia Formentin disse...

Ah, tem um filme bem legal que fala de futebol: O ano em que meus pais saíram de férias (é o máximo) e também tem um livro bem legal: Sociologia do Futebol: dimensões históricas e socioculturais do esporte das multidões de Richard Giulianotti.

Maite Lemos disse...

Agora sim!
Falou quem entende.
Concordo com tudo, Claudia.
E mesmo que tu tenhas dito, em alguns pontos, as mesmas coisas que o Guto, agora é diferente.
:)
Eu sei da tua pesquisa sobre o "bom moço" e não conheço nenhum traço de fanatismo "futebolístico" em ti, então isso te da o direito de discutir o assunto a sério. Coisa que algumas pessoas não tem.
:P

Bjnho

Unknown disse...

Adorei o site,estava tentando achar um site e achei esse,ameeei!
Ta super fofo!

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