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09/07/2008

Tsuru

Tsuru é um origami.
Um pássaro feito através de dobradura.
Segundo a lenda japonesa, o pássaro vive 1.000 anos e se você fizer 1.000 pássaros mentalizando um desejo, ele se realizará.
Atualmente o Tsuru também é considerado um símbolo da paz.
A relação do pássaro com a paz começou depois da explosão da Bomba de Hiroxima.
As pessoas que se encontravam próximas ao local de explosão da Bomba morreram imediatamente, incineradas.
Porém, aquelas pessoas que estavam há alguns quilômetros de distância, a princípio não manifestaram nenhum sofrimento, mas foram contaminadas pela radiação e com o passar do tempo os sintomas começaram a aparecer.
Uma destas pessoas era a menina Sadako Sasaki, que na época da explosão tinha apenas 2 anos de idade. Aos 12 anos a doença de Sadako começou a se manifestar e ela foi hospitalizada, descobrindo que sofria de leucemia.
A menina, que conhecia a lenda das 1.000 dobraduras, passou os últimos dias de vida confeccionando os 1.000 Tsurus.
Infelizmente Sadako morreu, mas seus coleguinhas de escola, sensibilizados pela resignação da amiga, resolveram iniciar uma campanha para arrecadar fundos para a construção de um monumento em homenagem às vítimas da Bomba Atômica.
Conseguiram mobilizar mais de 3.000 escolas no Japão e 9 em outros países.
O dinheiro arrecadado foi suficiente para a construção do monumento que fica no Parque da Paz e é conhecido como "Monumento das Crianças pela Paz".
Tradicionalmente pessoas do mundo todo visitam o monumento e penduram ao seu redor vários Tsurus.
A inscrição "Este é o nosso grito. Esta é a nossa Prece. Construir a Paz no Mundo que é nosso" lembra a todos os visitantes que mais do que um ponto turístico aquele é um local de conscientização.
E eu, apesar de cultivar há muito tempo o hábito de dobrar qualquer pedacinho de papel até se transformar neste delicado pássaro que bate as asas, apenas agora entendi a história de dor e esperança que sustenta as dobras do papel.
Quanto a lenda, talvez alguns desejos não se realizem nem depois dos 1.000 Tsurus, mas acredito que qualquer coisa que seja elaborada com a mente voltada a um pensamento positivo produz energia positiva, coisa que nos dias de hoje (na verdade, em qualquer tempo) é sempre bem vinda.

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08/07/2008

Deus e o Diabo

A pequena Ana me perguntou ontem, na hora do almoço,entre uma garfada e outra, quem é Deus?
Tranquilamente conclui o caminho do garfo, o levei até a boca, mastiguei a comida, engoli e, tentando ser o mais natural possível, respondi.

- Bom, depende. Depende da religião que se tem.
- Como assim?
- Cada religião vê Deus de um jeito. Cada um vê como quer.
- ?
- Para alguns, Deus é a natureza.
- Então Deus é aquela árvore?
- É. Pode ser. Mais ou menos. É quem fez aquela árvore.
- Quem fez o rio também?
- É.
- Ah! Entendi. Deus é quem faz as coisas da natureza.
- Para algumas pessoas, sim.
- Então tu também és Deus, mamãe. Por que tu me fizeste.
- ~~~~! Sou. Acho que sou.

E experimenta dizer que eu não sou.
Todas as mães são Deusas.
Geram vida.
Todos os pais que se empenham na tarefa de ser pai são Deuses.
Geram um ambiente propício ao desenvolvimento de um ser.
Todas as esposas, namoradas, amantes são Deusas.
Geram uma história de amor.
Todos os professores conscientes de seu papel de educar são Deuses.
Geram a busca pelo saber.
Todas as cabeleireiras e manicures são Deusas.
Geram beleza. O que é fudamental.
Enfim. Cada um é Deus em seu universo.
E o Diabo é pegar uma coisa tão simples como esta e complicar.

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07/07/2008

A bondade que escraviza

Tenho pena dos bonzinhos!
Ser bonzinho é f...
Me assusta a facilidade com que algumas pessoas abrem mão de seus próprios interesses simplesmente para satisfazer a vontade alheia.
Não que você não possa fazer algo que não seja em benefício próprio.
Pode. E deve.
Mas somente quando não interferir, ou melhor, prejudicar o bom andamento da sua vida.
É louvável ajudar os outros.
Mas tenha sempre em mente que por mais que faça, nunca será suficiente.
Doar-se é um ato contínuo, incessante, que exige cada vez mais dedicação daquele que se propõe a desempenhá-lo.
O bonzinho é, acima de tudo, um incansável.
Não adianta nada fazer o melhor durante uma vida toda e depois negar algo uma única vez.
Vai tudo para o ralo.
A bondade é um sacerdócio que deve ser abraçado até o último dos dias, em todos os momentos, em qualquer situação.
Aqueles que recebem escravizam o bonzinho de forma que ele sempre esteja preparado para servir.
Existem verdadeiros profissionais na arte de explorar um bonzinho.
São vampiros que não se esforçam em buscar o próprio sucesso e estão sempre a caça de desculpas para o fracasso que vivenciam.
Têm no bonzinho a vítima perfeita.
Sugam o coitado durante anos a fio e, quando a exploração fica evidente e não podem mais continuar, inventam uma desculpa qualquer, normalmente com o pedido humilde de algo humanamente impossível mas que, ao ser negado, é o pretexto perfeito para afastar-se da vítima alegando falta de sensibilidade e compaixão.
Uma piada!
Nem preciso dizer que não tenho nada de boazinha, né.
Mas, quer saber, vivo feliz assim, longe dos sugadores e oportunistas.

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