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22/09/2009

Não faz isso, não



Tem coisa mais linda nesse mundo do que criança?
Pra muita gente tem, né.
Ninguém é obrigado a gostar de criança. Nem de cachorro. Nem de praia. Nem de morango.

Mas quem decide ter um filho recebe a obrigação divina (hã?) de zelar pelo bem estar dessa criança pelo tempo que for necessário.
Ainda que alguns pais (quem? o meu? nãããão...) continuem desempenhando esse papel por toda a vida.
Os pais também são incumbidos por Lei dessa tarefa.

No entanto, seja por distração, falta de informação, de bom senso ou de caráter, muitos pais isentam-se de tal responsabilidade, gerando as mais diversas consequências aos seus pimpolhos.

Super exposição é uma coisa complicada.
Quando o sujeito decide, opta, por propagar aos 4 ventos todos os seus passos, tornando-se refém de uma indústria que visa o lucro em detrimento da dignidade, mas o faz de forma consciente e os resultados gerados refletem apenas nele próprio é algo que deve ser respeitado.
Cada um com seu cada qual.

Mas submeter crianças aos caprichos fama é algo que deve ser cuidadosamente analisado.

Quem tem filha e nunca projetou nela seus desejos de infância, nunca sonhou em vê-la fantasiada de princesa recebendo a atenção de todos, nunca sonhou inscrevê-la num concurso de beleza e ser coroada como a principal... que atire a primeira pedra.

(nessa hora eu me arrepio de medo de ser a única mãe louca e sucumbir sob uma montanha de pedras)

Por sorte, os sonhos se resumem ao curto espaço de duração do sono, ou transe.
Acordada, qualquer mãe (ou pai) sensata sabe que princesas não existem e os concursos de beleza mirim representam uma bateria de torturas às candidatas que abdicam das bonecas na execução de personificarem tais bonecas.

As crianças olham para o mundo dos adultos, na maioria das vezes, com admiração e cobiça.
Não fazem idéia das armadilhas que permeiam esse universo.
Não imaginam que por trás da liberdade exibida com orgulho há uma série de responsabilidades que reprimem parte do prazer de ser adulto.
Não conhecem os ônus. Os riscos.

Para isso existem os pais.
Para exercer a obrigação divina (sim) de zelar pelo bem estar das crianças pelo tempo que for necessário.



Algumas crianças, apesar de não serem órfãs, parecem não ter pais.


12 pensamentos:

Imediata disse...

Ai, que dó. Que ceninha triste... (ok, mas não contive uma risadinha). Vi a notícia em outro blog mas não consegui visualizar a foto. Pensei que era um pouco de exagero, mas não, a menina realmente tá de saltinhos: maiores do que muitas mulheres que eu conheço usam, juro (não maiores que os meus, haha).
Fashion victim desde o berço, fia, imagina isso daqui uns dez anos... Segura! Isso se a coluna da pequena aguentar até lá.

Luciana B. disse...

Também tenho dó... mas gostaria dar um "voto de confiança" para o contexto desta imagem, pois usar salto alto, roupa igual da mãe e maquiagem é um fetiche para quase todas as menininhas pequenas. É como usar uma fantasia, faz parte do universo infantil feminino. A diferença é que a maioria não é filha de famosos, não tem a imprensa no seu encalço e faz isto quase sempre dentro de casa. O que não pode, acho, é fazer disto um hábito, ir à escola todo dia assim, etc...

Neste caso, diria que até que ela está muito vestida! Esta cena é muuuuito mais comum no Brasil, onde tem milhares de Xuxinhas e Carlinhas Perez anônimas por aí, de salto, de sandália plataforma e de mini-saia e barriga de fora. Beijos!

Sabrina Filgueira disse...

Pela hóstia! Sou tua fã, criatura!
E não se preocupe com as pedras. Estaremos as duas de baixo delas.

Anônimo disse...

Concordo May...

Importante não perder o foco quanto ao que realmente vale a pena na educação...se nã...a criança vira mais uma boneca..dentre tantas outras....
Esta suri mesmo... dois pais malucos...

bijinn..Cláudia

Maite Lemos disse...

Luciana,

Eu acho o máximo comprar roupa igual pra mãe e filha.
Faço isso desde que a minha pequena nasceu.
Sempre que acho uma roupa nos dois tamanhos (dela e meu), compro.
Sempre que a roupa fora apropriada, claro.
O que falta a muita gente é bom senso.
Salto alto não é algo que simplesmente fantasia a criança de adulto.
É um acessório torturante que deforma a estrutura óssea até mesmo de um adulto, ima gina de uma criança que ainda vive o processo de formação dessa estrutura.
Existe uma série de deformidades vertebrais causadas pelo uso de salto alto.
Mas vc pode dizer: Ah! Mas ela só usou uma vezinha.
Não sei.
E, principalmente, ela já é uma formadora de opinião (outro pecado pra ser discutido em outra ocasião) e suas atitudes influenciam milhares de crianças (filhas de pais lesados) ao redor do mundo.
O que vai ter de picurrucha usando salto...

Vanessa Pinho disse...

“Algumas crianças, apesar de não serem órfãs, parecem não ter pais”.


Por isso que eu morro de saudade da minha infância, da época em que se passava o dia correndo pela rua, soltando pipa e brincando de pular elástico.
Eu fui criança por muuuuito tempo, e hoje ainda tenho minhas barbies jogadas pelo quarto. E pra minha filha, eu tento fazer igual, mas hoje em dia, o mundo é outro, e nós, mães, temos que brigar o tempo todo contra ele... temos que ficar o tempo todo cuidando para que nossas crianças sejam crianças.

Beijão pra você, ótimo blog!

Vanessa Pinho.

Deise Duarte disse...

"Algumas crianças, apesar de não serem órfãs, parecem não ter pais”.

Observações incríveis, um texto ótimo e uma pessoa que parece pensar parecido de mim.
Criança tem de ser criança, porque depois de um tempo, terá que passar a vida toda sendo adulto, e isso as vezes é bem chato.

Unknown disse...

Oiiii Maite, como vc tava sumida, tava com saudades dos seus posts.

Olha eu não sou mae e nem pretendo ter filhos biológicos...não sei, o futuro não me pertence.

Eu acho muito complicado tb essa superexposição mas tb é complicado esconder uma criança que são filhos de celebridades né?

Sei lá, é muito facil falar do quintal alheio...eu prefiro não optar.

um beijo

Unknown disse...

selo pra vc *-*
bjoka

Claudia Formentin disse...

Olha, escutei uma coisa esses dias na televisão que eu achei o máximo: "Se filho não precisasse de pais nascia igual planta". Pois é são os pais que ditam as regras. Vocês podem me dizer " mas hoje as crianças estão muito opiniosas, são elas que escolhem a escola, o sapato, a roupa...". Particularmente acho que em alguns casos até pode ser mas pais com bom senso, como disse a Maite, sabem que não pode ser bem assim sempre. Sei que ainda vou ter muitos impasses desses com o meu pequeno e espero que o bom senso que eu acho que tenho funcione. Bjos Maite

Lu Monte disse...

Belo post, Maite. Criança precisa de pais (ou responsáveis adultos) presentes, coerentes, que digam "não pode" e preocupem-se com a educação delas. Hoje em dia, quem educa(?) as crianças é a escola, ou, pior ainda, a televisão...

VBN disse...

Adorei! Post sensacional e fala tudo!

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