Com essa história de divulgar o blog para os amigos do orkut acabei revendo muita gente.
A maioria é apenas mais um nome em uma lista.
Alguns são amigos queridos com os quais dividimos carinho mas não mantemos contato. Aí basta um fato novo para reascender a amizade.
Muitos são bastante próximos e participam pessoalmente de nossas experiências.
E, infelizmente, em minha lista ainda existe um nome que, apesar de ocupar hoje inultimente aquele espaço, representa uma amiga que guardo no coração.
Conheci a Aline em Laguna, vizinha da minha tia. Morava em uma casa grande e tinha uma família um pouco diferente dos padrões habituais.
No começo nos víamos apenas no verão. Temporada de praia.
Depois ela veio estudar em Tubarão e durante alguns anos frequentamos a mesma turma.
Apesar de nos darmos bem, nunca fomos grandes amigas.
Tínhamos personalidades conflitantes entre si, ambas éramos bastante convictas em nossas idéias e, como estas normalmente divergiam, não era muito comum andarmos juntas.
Ela era muito amiga da minha prima e isso era o que mais nos unia.
Enfim, crescemos e naturalmente seguimos caminhos distintos.
Perdemos completamente o contato.
Anos mais tarde (uns 5), graças ao orkut, reencontrei a Aline.
Trocamos msn e durante algum tempo conversamos diariamente.
Soube que ela estava morando em São Paulo, estava noiva e havia se formado em Letras.
Tinha morado um tempo na Alemanha e, por conta disso, trabalhava com tradução.
Ela me incentivou a fazer dieta e investir em uma vida menos sedentária.
Eu lhe passei o e-mail da minha prima (aquela da qual era muito amiga) e, também elas, através da internet, puderam reaver a amizade.
Já estava acostumada com seus comentários inteligentes e seu humor ácido quando ela sumiu.
Estava sempre offline.
Pensei que talvez tivesse mudado de emprego ou reorganizado os horários proporcionando nosso desencontro.
Também podia estar sem internet.
Senti sua falta, mas não me preocupei.
Conversando com a minha prima descobri que ela também não retornara mais seus e-mails.
Realmente, devia estar sem internet.
Alguns meses depois saí com a essa prima e mais alguns amigos para tomar um chopp e depois de algumas rodadas chegou ao local um primo da Aline. Como era conhecido do marido da minha prima, sentou-se com a gente.
Depois de jogarmos um tanto de conversa fora, resolvi indagá-lo sobre o paradeiro da Aline.
Onde ela andava e porque havia sumido da internet?
Ele ficou nos olhando (minha prima e eu) paralisado, perplexo.
Então contou que a Aline havia morrido há alguns meses.
Do coração. De repente. Ataque fulminante.
Ainda lembro daquele instante.
Ficamos completamente perdidas.
No começo, achamos que era uma brincadeira de péssimo gosto. Não podia ser verdade.
Aos poucos fomos organizando os pensamentos e, enquanto nossos olhos se enchiam de lágrimas, o afundamos em uma enchurrada de perguntas. Esperávamos ao menos uma resposta que conferisse sentido à notícia, mas esta resposta não veio.
Já faz quase dois anos mas, mesmo assim, ao lembrar da querida Aline, que ainda ilustra a minha lista de amigos do orkut, meu coração dói.
Como podemos encontrar uma pessoa e, da maneira mais banal do mundo, conversar diariamente com ela, dividir dúvidas, trocar conselhos sem imaginar que em um instante ela nos será furtada sem o menor aviso?
Quem não enlouqueceria ao considerar a realidade de que todos, todos, que fazem parte da nossa história, que em algum momento cruzam nosso caminho ou permanentemente andam ao nosso lado podem desaperecer em questão de segundos?
Existem outras pessoas que me foram caras e já faleceram.
Mas a partida da Aline, mesmo que nós não fôssemos tão íntimas, deixou uma saudade muito grande. Talvez porque a tivesse reencontrado a pouco tempo e, mais amadurecidas, nossas conversas me tenham feito perceber que podemos construir amizade mesmo em terrenos irregulares onde as opiniões são distintas e as experiências de vida, desiguais.
Como se livrar de um flanelinha
Há um ano
6 pensamentos:
Maite arrepiei tudo.. :(
Que pena pois parecia ser bem nova, a vida as vezes eh cruel demais hein.
Vlw.. to viciado no teu blog kkk...
É triste, mas é vero! Temos q viver cada segundo intensamente! Hje, tive uma notícia muito triste...o filho de uma amiga minha faleceu. Lutou bravamente por 41 dias na UTI do HC. Ele tinha apenas quinze anos. Sofreu um acidente de carro e teve morte cerebral. A família doou todos os orgãos do YAN. Assim ele chamava. Ja chorei um monte...pela sua morte e pelo o ato de amor da família perante uma dor inexplicável. E ainda sobre o impacto da morte do YAN, li seu texto sobre a Aline. E senti um aperto no coração porque sei q essa vida é passageira, mas chorar, sentir uma perda, uma saudade, é o q nos faz ser tocados no coração. A vida é frágil! Efêmera!! Declaremos nosso amor e nossa saudade TODOS OS DIAS!
Não é anônimo. É meu! rs
Olá querida, vim retribuir a visita,por isso que temos que curtir todos os momentos com nossas amizades,a saudade sem dúvida é imensa.
Olhe só, Nasci em Tubarão, tu és dai? Grande temporadas em Laguna,depois que vim para Ctba, meu destino em Janeiro sempre foi a Casa da Lolô Althoff em Laguna e Julho ela vinha para cá. Adorei o blog.Beijos
Oi, Maite!
Retribuindo a visita. Apareça sempre que possível. Gostei bastante da proposta do seu blog. Tentarei entrar com frequência.
Até mais!
secou a fonte de textos? manda mais ai amorzão. to gostando de ver.
Postar um comentário