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02/06/2008

Anita Garibaldi

Me apaixonei por Anita logo que sofri uma grande decepção amorosa.
Saí de uma relação castradora onde meu universo era bastante resumido e as perspectivas ainda mais limitadas e conheci Anita, a Heroína de Dois Mundos.
Logo de cara me encantei com sua história.
Uma moça jovem que na pacata Laguna conhece um aventureiro libertário e ao seu lado revoluciona três países, em dois continentes.
Hoje, quase dez anos depois de conhecer suas aventuras, ainda admiro Anita.
Porém, ao me aprofundar no estudo dos fatos que marcaram sua trajetória, percebi que o que mais me instiga nesta personagem não são suas lutas, nem seu envolvimento político, ainda que estes acontecimentos fossem bastante inusitados para moças daquela época.
Se num momento mágico eu pudesse um dia me sentar diante de Anita (fosse neste mundo ou em qualquer outro) teria apenas uma pergunta para lhe fazer.
Não indagaria sobre a aventura de cruzar o oceano, aprender duas novas línguas, adaptar-se a costumes completamente estranhos, guerrear como homem e abandonar os próprios filhos enquanto a maioria das mulheres bordava pacientemente aguardando o retorno do companheiro.
Não lhe questionaria a sensação de morrer em fuga, ser enterrada como indigente, ter o corpo desenterrado várias vezes e, mesmo sem vida, desempenhar papel fundamental para a união de um país.
Lhe faria apenas uma pergunta.
Teria a menina simples de Laguna se aventurado por este mundo enfrentando toda a sorte de desafios por amor ao italiano ou teria ela amado o italiano exatamente porque ele (ao contrário de seus vizinhos pescadores) lhe proporcionava a chance de enfrentar os perigos do mundo, conhecer novos horizontes, ainda que nebulosos.
Ao contrário daquilo difundido por historiadores e admiradores de Anita eu realmente acredito que ela não se tornou heroína por amor (pelo menos não a Garibaldi).
Fosse ele um caixeiro viajante que, mesmo andando por vários lugares, a obrigasse a permanecer em casa educando os filhos e a aventureira o teria amado mesmo assim?
Acho que não.
Não que seu amor não fosse sincero.
Ele foi sim.
Mas esse amor ocorreu justamente porque aquele loiro de olhos azuis representava tudo que ela mais ansiava na vida: aventura.
Acho inclusive que qualquer um (fosse italiano, francês ou até mesmo argentino) que surgisse por aquelas paragens oferecendo àquela jovem, sedenta por novidade, uma perspectiva de vida mais agitada, teria arrebatado seu coração.
E foi assim que eu deixei de ver Anita como uma heroína romântica.
O que não a desmereceu em nada.

6 pensamentos:

Anônimo disse...

Muito legal! Adorei esse sobre a Anita. Me identifiquei! Parabéns! À partir de agora, passo todos os dias!

Phil disse...

Legal o texto amor, o Blog também ficou uma gracinha. Não desanima. bjão!

Anônimo disse...

Anita foi acima de tudo idealista, acima de todos corajosa, romântica talvez, pelo sonho da liberdade...
É, e sempre será aquilo que toda mulher busca dentro de si mesma.
A paixão, tão grandemente contida na sua personalidade, (concordo plenamente contigo) foi pela descoberta de que poderia mudar o mundo, mas o segredo daqueles olhos azuis, ao meu ver, era que ao se olhar dentro deles, se enxergava como realmente era...

Fernando Zabot disse...

Bonito o texto Maite, gostei do que voce falou acredito que nao foi o que fez ela continuar ate o fim, mas acredito q o q voce falou foi sim o que incentivou e impulsionou ela a comecar .. nao discordo nao, acredito q ela possa ter iniciado sim tudo como uma aventura e acabou se tornando historia.

Unknown disse...

oi maite gostei muito sobre o texto de anita concordo plenamente com vc...parabèns...

Anônimo disse...

passando pra deixar a minha...
assim como vc Maitê, eu penso da mesma maneira, pra mim o que impulsionou Anita a enfrentrar o desafio de uma guerra não foi o amor por Giuseppe, mais sim, o amor por uma causa, uma conquista uma batalha. Anita é heroína e assima de tudo guerreira.
beijão...adorei teu blog.

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