Se você está lendo este post, muito provavelmente pertence à mesma espécie que eu.
A espécie dos que tem acesso à internet, dos que sabem ler e escrever, dos que se preocupam em adquirir informação porque possuem a noção do quão importante ela pode ser, dos que dispõem de tempo para usufruir das novas tecnologias, daqueles que pensam, no sentido de que isso corresponde a avaliar riscos e fazer escolhas.
Parabéns!
Por um determinado motivo que eu ignoro, mas pode ser geográfico, financeiro, político ou social - ou todos eles juntos - você não faz parte da espécie de homens (e mulheres... e crianças... e idosos) que nasceram em meio ao caos e foram usurpados de qualquer chance de viver de forma digna, saudável, ao menos razoavelmente condizente com a satisfação das necessidades básicas de qualquer ser humano.
À eles (os da outra espécie) tudo foi negado, desde o princípio.
Atividades que consideramos banais lhes foram reprimidas.
Enquanto escolhemos o melhor restaurante de acordo com a nossa vontade do dia, eles não comem.
Fazem isso não para ficar em forma, mas porque lhes falta comida.
Enquanto deitamos em camas macias, aconchegantes, eles nem dormem.
Não por distração, mas por que existe uma ameaça de que suas casas (talvez prefiramos chamar de tocas) sejam explodidas no vazio da noite.
Eles não assistem televisão nem vão à escola.
Seus meninos não jogam futebol nos terrenos baldios, mas empunham metralhadoras que matam de verdade.
Eles não vão ao cinema. Vão à guerra.
Suas mulheres não fazem compras ou vão à academia, nem trabalham fora de casa ou se dedicam à cursos de artesanato para preencher o tempo enquanto os maridos não voltam do trabalho.
Suas mulheres simplesmente choram a angústia da dúvida de que os companheiros talvez nunca voltem. Depois elas secam as lágrimas e lutam pela sobrevivência dos filhos.
Por que mãe é mãe em todas as espécies.
Eles parecem bichos lá do outro lado do mundo, mas são feitos da mesma matéria que nós. Possuem características físicas iguais e, segundo especialistas, somos considerados da mesma espécie.
Eles são selvagens, e nós?
Somos apenas bichos de estimação.
Como se livrar de um flanelinha
Há um ano
4 pensamentos:
Tu escreves muito bem. O blog tá muito legal.. Parabéns ;P
excelente texto, disse tudo, palmas!
poxa querida..
bem que eu queria ir, mas moro em Brasília e não me organizei a tempo...
falta de tempo e grana..
=T
Oi Maitê, me explica esse negócio do Campus Party. Bjs.
Janeisa
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