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29/07/2009

O mundo sem Mussum


Antonio Carlos Bernardes Gomes nasceu no Rio de Janeiro, no Morro da Mangueira, em 7 de abril de 1941 e morreu em 29 de julho de 1991.

Durante estes 18 anos de sua ausência o mundo aprendeu a ser politicamente correto.

A situação que transformou Antônio Carlos em Mussum, por si só, já é bastante questionável nos dias atuais.



Ainda sem o apelido que o consagrou, Antônio Carlos começou a carreira artística como músico. Na década de 60, formou com amigos Os Originais do Samba. Conciliava o grupo com o posto de cabo da Força Aérea Brasileira, com aprovação dos superiores.

O apelido Mussum surgiu em sua primeira aparição na TV. Em 1965, Os Originais do Samba participaram do humorístico Bairro Feliz, exibido ao vivo pela Globo. No entanto, Antônio Carlos foi ao programa sem a autorização de seus superiores. Durante a apresentação, tentava se esquivar das câmeras.

Tudo corria bem até Grande Otelo deixar cair no chão um livro onde guardou o script, pois não havia decorado o texto. Antônio Carlos teve um ataque de riso. O comediante olhou para o sambista – negro, calvo e sem pelos no rosto – e disparou. “Tá rindo de que, ô mussum?”, em alusão à enguia preta e sem escamas. No começo, Antônio Carlos ficou irritado com o apelido, mas acabou adotando-o como nome artístico.

Fonte: www.poltrona.tv

O fato de ir ao programa de TV sem a autorização dos superiores da Força Aérea Brasileira, provavelmente, geraria ampla discussão. Sem falar nas palavras de Grande Otelo, que correria grande risco de ser processado por ser referir a um negro usando o nome de um peixe preto.

Falando assim, até parece ridículo, mas é como vivemos hoje.

Piadas envolvendo bebidas alcoólicas, cor de pele, orientação sexual, mulheres, armas de fogo, referências a órgãos sexuais e diversos outros assuntos não são mais aceitáveis.

Eu, particularmente, não gosto mesmo deste tipo de piada. E não admito que ninguém conte nenhuma piada ofensiva na minha frente.

Mas faço parte de uma geração que cresceu assistindo a Os Trapalhões detonarem a cabeça chata do Didi e insinuar, de forma bastante humilhante, a homossexualidade de qualquer outro membro do grupo.

Acho que isso não me causou nenhum dano.

Não me tornei uma pessoa pior. Meus valores não foram abalados.

Então, é correto fazer humor às custas de humilhação alheia?

Ainda acho que não.

Deve-se respeitar a todos, sempre.

Mas que essa história de politicamente às vezes passa dos limites, ah, isso passa.

4 pensamentos:

Fer disse...

Voce pensa em tudo meeesssmo!

Fabiana disse...

Muito bom, Maitê!
Mussum era bom demais!

É, o politicamente correto de hoje quase sempre beira a hipocrisia!!


Bjs

Kinho, El Primoroso disse...

Olá Maitê! Ficamos felizes com sua visita no nosso blog (pegaoabade.blogspot.com) Fique a vontade para comentar, criticar ou apenas ler o q porcamente escrevemos..... huauhauh Gostei do conteúdo do seu blog, vou colocar um link seu lá!

Unknown disse...

Belo texto heim Maitê!!!
Concordo com tudo
Parabéns.

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