Poucos livros me emocionaram mais que "A casa dos espíritos", de Isabel Allende.
"O caçador de pipas", talvez.
Além deste, comprei um único outro livro da autora chilena, do qual não me recordo o nome por se tratar de um amontoado de receitas misturadas a alguma poesia e uma farta dose de sensibilidade.
"Afrodite", eu acho, mas não tenho certeza.
De qualquer forma, é uma destas obras que valem a pena possuir para enfeitar a mesinha de centro da sala. Livro grande, capa dura, belas ilustrações e um assunto interessante para iniciar uma conversa.
Frequentemente, no entanto, tenho me deparado com "Paula" nas diversas visitas que faço à livraria do Shopping (toda semana) e, apesar de Isabel exercer seu poder de sedução sobre mim desde os tempos em que me apresentou a Esteban, Clara e toda a magia que cercou suas vidas, venho desviando meu olhar de "Paula" há algum tempo.
Talvez por não achar um nome tão interessante, talvez por recordar de uma entrevista da autora que li (provavelmente) nas páginas da revista Cláudia quando ainda era uma criança capaz de registrar eternamente na alma a explicação de uma mãe sobre seu drama perante a dor de uma filha, mas incapaz de interpretar a força brutalmente destrutiva que se revela em experiências como esta, eu julgava que já sabia o suficiente sobre o livro e, portanto, não me interessava.
Minha mãe, num ataque compulsivo, trouxe para casa ontem "Paula", sufocada sob outros volumes, na sua maioria relatos de mulheres que sofrem com a cultura do Oriente Médio, seu tema de leitura predileto.
Passei o dia lendo-o.
Já estou na página 226 e, fora os parentes interessantíssimos e as situações a que estes submetem Isabel, a narrativa encantada da chilena, recheada por figuras de linguagem que envolvem o leitor até o limite da pieguice (sem nunca ultrapassá-lo) é o fator que faz com que eu continue lendo as mais de 200 páginas que ainda restam sobre uma jovem que, inerte em seu leito, serve de plano de fundo para que sua mãe relate todas suas sensações (que muitas vezes se repetem) diante de tão aterrorizante situação.
Além disso, mesmo me sentindo abafada por tamanha angústia, eu sou mãe e, como tal sempre hei de me compadecer quando apresentada por uma semelhante à dor de um filho.
Contudo, a não ser que o final do livro se desenrole de forma surpreendente, acho que tive razão em todas as vezes que sai da livraria sem trazer "Paula" comigo.
Como se livrar de um flanelinha
Há um ano
11 pensamentos:
com a Paula faço pouco caso, eu me preocupo é com esse Estaban!
Maite, esta história de uma mãe se despedindo da filha é realmente devastador.
Eu tenho toda a coleção da Isabel. Eu adoro o jeito que ela escreve, um pouco menos na trilogia que ela fez para os netos.
Depois de ler Paula é que você enxerga todos estes personagens em todos os livros que ela escreveu, inclusive em Inés de minha alma e a História de Zorro, ela consegue introduzir de forma sútil um pouco de sua vida em todos os seus livros.
É impossível se colocar no lugar desta mãe que como ela mesma menciona muitas das mãos já passaram por isso.
Depois que terminar este livro leia o Cartas a Paula, que é a publicação das cartas que pessoas do mundo inteiro escreveram para Isabel por conta deste livro.
bjks
Cristiane
Maite também é cultura!!
rsssss... brincadeirinha. Acho legal pessoas que lêem.. eu amo, mas ainda leio pouco.
beijos querida!
Maite a estória de Paula nos comove do início ao fim, se tiveres a oportunidade nào deixe de ler depois "A Soma dos Dias" também de Isabel Allebde que faz uma continuação de seus dias e de dos dias de sua família após a morte de Paula, o livro é bárbaro.
Bjs.
Janeisa
Rafa,
A leitura é um hábito que deve ser cultivado.
Tal qual a qualquer atividade que vc se preste, no começo precisa de disciplina, mas depois que engrena... é dificil parar.
Uma boa dica, para vc q gosta da 2ª Guerra, é "O menino de pijama listrado".
É maravilhoso.
Bjnho
Cris e Janeisa,
Obrigada pelas dicas.
Acho que encerro meu relacionamento com "Paula" hj, portanto não pretendo ler as cartas referentes a este drama que já tem me angustiado muito.
Quanto à Isabel, esta ainda não me cansou.
Bem pelo contrário, aguçou minha curiosidade por sua história. Talvez eu leia "A soma dos dias", mas no momento estou mais interessada em Eva Luna.
Bjnho
Enconrei você na indicção de Cristiane.
Pois é, li Paula. Há muito tempo atrás. Uma historia muito triste. Não sei iria ler agora. Já decidi que não quero mais ler histórias que me dixam triste. Não mesmo. Tenho uma capacidade muito grande de me colocar no lugar da pessoa. Sofro demais. Como se fosse comigo. Ainda bem que já acabou, hem?
Não li Eva Luna, mas deve ser bom.
Isabel é uma escritora que seduz.
Então até mais!
Anny.
Pois é, Maitê, também li Paula, e o que me levou a essa leitura foi o drama que meu pai vivenciou com a mesma doença. É uma história emocionante que trago no coração.
Beijokasss
Tati
Pois é, Maitê, também li Paula, e o que me levou a essa leitura foi o drama que meu pai vivenciou com a mesma doença. É uma história emocionante que trago no coração.
Beijokasss
Tati
Imagina a minha FELICIDADE depois de tanto tempo encontrar essa pessoa linda e inteligente que fez parte de minha historia alguns anos atras. Continua linda e mais inteligente ainda. Um prazeeeerr reve-la ou le-la!!! Visite-me 2009nota10.blogspot.com
Fer (Imbituba!!!) (Inglaterra Agora!!) bjosssssss
Fer,
Que saudade guria! E que alegria te encontrar aqui!
Já to indo lá te visitar.
bjnho
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